segunda-feira, 7 de abril de 2014

Como tomar decisões vencedoras

O que está em jogo nas escolhas estratégicas

Uma decisão pode ser de quatro tipos, diz Rosenzweig (Foto: Thinkstock)
A maior parte dos estudos sobre decisão, desde a década passada, foca os elementos irracionais e as armadilhas psicológicas do pensamento. Curiosamente, a maioria dos executivos – gente a quem estudos sobre decisão deveriam interessar – se manteve indiferente a esses estudos. O professor do IMD Phil Rosenzweig, intrigado, investigou o enigma e daí resultou o livro Left Brain, Right Stuff: How Leaders Make Winning Decisions (trocadilho que se perde em português, algo como “O lado esquerdo do cérebro e a coisa certa: como os líderes tomam decisões vitoriosas”). Rosenzweig publica pouco; seu último livro, o elogiadíssimo Derrubando Mitos, foi lançado em 2007.

Segundo Rosenzweig, a questão é que não existe apenas um tipo de decisão, mas quatro. O grosso dos estudos se concentrou na decisão de primeiro campo, mas “os dilemas com os quais os presidentes se defrontam – estratégicos, de longo alcance – pedem uma abordagem diferente”, diz. Ele leva em conta dois fatores: controle e desempenho.

Nas decisões de primeiro campo – das escolhas, como decidir qual marca de leite comprar –, o indivíduo é senhor absoluto do desempenho (a escolha é dele), mas o controle é quase nulo (sua decisão não interfere no produto). Nas decisões de segundo campo, da influência de resultados (como na montagem de um cronograma de projeto), tanto o desempenho quanto o controle são altos. O terceiro campo é o das apostas estratégicas; por exemplo, tomar uma decisão que antecipa os movimentos do concorrente. Neste, tanto controle quanto desempenho são relativos.

Mas o verdadeiro filé de Rosenzweig é o das decisões estratégicas (no quarto campo), como a decisão de entrar num novo mercado, lançar um produto ou adquirir uma empresa. Aqui, o controle do decisor é alto, mas o desempenho é relativo. É o campo mais difícil. “Na tomada de decisões complexas, não adianta só evitar erros de julgamento e armadilhas psicológicas”, diz Rosenzweig. A decisão executiva requer duas qualidades aparentemente contraditórias: talento para a análise fria e ousadia. Nesse quarto campo o executivo precisa ser um misto de estrategista, psicólogo e jogador de pôquer. E o quarto campo é o que separa os homens dos meninos. Os elementos “de sangue quente”, como inspirar e engajar a equipe (incluídos por Rosenzweig no estudo da estratégia), são fatores fundamentais para atingir um resultado positivo com a decisão.


Fonte: Época NEGÓCIOS
07/04/2014

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