terça-feira, 27 de abril de 2010

segunda-feira, 19 de abril de 2010

AVALIAÇÕES SUBSTITUTIVAS: PROVAS E TRABALHOS

DATA: 08/05/2010 (Sábado)

 
LOCAL: Sala 13 (Sala do 1º Período)

 
HORÁRIO: 08:00h-12:00h

 
IMPORTANTE:
  • Pagar Taxa no Setor Financeiro
  • Protocolar Pedido de Prova e/ou Trabalho na Coordenação do Curso (Apresentar Comprovante de Pagamento e Justificativa na Coordenação)
Data Limite para Pedido de Prova ou Trabalho Sub.: 05 de Maio

terça-feira, 13 de abril de 2010

Carreira - Vou repetir

Filhos que escolhem as profissões dos pais podem se destacar no mercado devido à troca constante de experiências. Mas se houver imposições, é grande o risco de desistência e futuras frustrações


Diante de tantas opções na hora de decidir qual caminho profissional seguir, muitos preferem não arriscar e resolvem traçar as mesmas escolhas dos pais. Às vezes, por imposição. Às vezes, não. No caso de Jorge Martins Ferreira, 20 anos, a carreira foi sendo cozinhada pela proximidade. Desde pequeno, ele acompanhava o pai, Francisco Erto Clarindo, 48, em seus restaurantes. Sempre de olho na movimentação na cozinha. Não dava para ser diferente: gastronomia foi escolhida como a formação superior. “Pensei que ele faria administração”, confessa Francisco Erto.

E Jorge até tentou. Frequentou um semestre do curso, mas não teve como negar a vocação. “Sempre gostei de cozinhar. A gastronomia tem matérias interessantes, como a nutrição. Além disso, posso criar novos pratos, usar o meu estilo”, ressalta. Uma oportunidade também de levar novidades aos pratos dos estabelecimentos do pai e até de abrir o próprio negócio. “Fiquei algum tempo cuidando de um dos restaurantes. Nesse período, sempre tentava ficar na cozinha, aprender algumas técnicas e dar opinião nos pratos que seriam servidos aos clientes”, relata Jorge.

Mesmo que em uma segunda opção, Jorge se sente realizado por estar no curso atual. Mas a derrapada do jovem profissional é comum e comprovada por estatísticas do Ministério da Educação. Segundo dados do Censo da Educação Superior, em 2008, 33% dos alunos de instituições federais não terminaram o curso que iniciaram. Nas instituições privadas, esse número sobe para 44,7%. A psicóloga Márcia Garcia acredita que a mudança de curso é um fator comum entre os jovens, já que a escolha da profissão é feita muito cedo. Para ela, com 17 anos, alguns podem não ter certeza de qual caminho seguir e acabam, pela proximidade, escolhendo os exemplos que têm dentro da casa. Ser submetido a um método de avaliação vocacional pode evitar escolhas erradas. “Em muitas escolas, essa avaliação já foi implantada. Acho fundamental que todo jovem a faça. Os pais, muitas vezes, depositam uma carga emocional muito grande. Eles têm que ter uma visão externa”, afirma.

Os casos de pais que exigem dos filhos o ingresso em determinada profissão deles ou em ramos tidos como promissores ainda são frequentes, segundo especialistas em carreira. Para a psicóloga e diretora da Rhaiz Soluções em RH, Carmen Cavalcanti, as imposições normalmente representam um desejo de que os jovens obtenham sucesso em suas carreiras. “Os pais sempre estão muito bem intencionados. É uma imposição que, a princípio, é para o bem. Só que eles não fazem ideia do quanto que isso pode ser prejudicial aos filhos”, comenta. Segundo ela, em Brasília, outro questionamento entra na negociação: tentar ou não um lugar na iniciativa privada? “Na capital do país, há uma tendência forte de relacionar o sucesso profissional a uma aprovação no setor público”, ressalta. Uma pressão justificada pelo trabalho estável e bem remunerado, mas que pode gerar problemas sérios. “Uma imposição tem seu preço e pode até gerar uma depressão”, alerta Carmen. Conversa franca - Na família de Karla Alves, 32 anos, parece até que a profissão de enfermagem corria nas veias. Ela e a irmã Fernanda Alves, 26, são enfermeiras, assim como a mãe Maíra de Fátima, 53. Karla conta que influência direta nunca existiu, mas as conversas na hora do almoço sempre giravam em torno da profissão de Maíra. “Minha mãe sempre teve muito carinho pela profissão, talvez pelo fato de ser enfermeira obstetra e ter que lidar muito com bebês. Isso, de certa forma, acabou sendo passado para mim e para minha irmã”, conta.

A psicóloga e diretora do Grupo Labor, Márcia Garcia, acredita que essas conversas a respeito da profissão dos pais são saudáveis e necessárias. “Aqueles momentos perdidos diante da televisão podem ser substituídos por esse tipo de conversa. Acho que o filho tende a valorizar e a respeitar muito mais os pais”, fala. Entretanto Márcia explica que os pais devem evitar falar apenas sobre esse assunto. “Eles devem abrir um leque de opções para esses jovens e conversar abertamente sobre todas as carreiras”, afirma. Apesar de não ter havido nenhuma imposição na família de Karla, ela acredita que com seu filho, de apenas um ano de idade, vai ser diferente. “Meu marido é médico. Na família dele, houve muita imposição por parte do pai que também era médico”, conta. “Eu acho que deve haver algum tipo de direcionamento, sim. Não dá para deixar eles escolherem sozinhos. Eles são obrigados a decidir a carreira muito cedo, ainda muito imaturos”, diz.

Correio Braziliense, 12/04/2010 - Brasília DF

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Personalidade, inteligência e atitude

José Pio Martins

Fui entrevistado por um aluno de Ad­­ministração, que me perguntou quais as três principais características deveriam ser cultivadas por um jovem que está procurando trabalho e quer progredir na vida. Pensei imitar Warren Buffett, o lendário investidor, que afirmou procurar, nas pessoas que ele contrata, três aspectos: integridade, inteligência e energia. Integridade, dizia ele, é fundamental para formar equipes com pessoas honestas, verdadeiras e implacavelmente éticas. Inteligência é a condição para ter pessoas com capacidade de aprender rápido, o que é fundamental no mundo competitivo. Energia é o que faz o profissional agir e atuar com intensidade, aspecto decisivo para a produtividade. Manifestei o pensamento de Buffett em voz alta, o aluno gostou, disse que a questão estava respondida e que se dava por satisfeito. Afirmei que ele estava sendo precipitado e que eu não concordo totalmente com Buffett. Acrescentei: “Ou a sua pergunta está mal-formulada ou a resposta não é essa”. Considerando a base da pergunta, Buffett responde apenas parcialmente à questão. Alguém pode ser íntegro, inteligente e dedicado, dar resultado para o empregador e, mesmo assim, não ser bem-sucedido em um aspecto importante: o sucesso na sua vida financeira.

O mundo está cheio de profissionais de alto nível, que passaram a vida enfurnados em uma fábrica, trabalharam com dignidade, agiram honestamente e se dedicaram muito, mas que envelheceram, perderam o emprego, não formaram reservas financeiras e passaram a depender da aposentadoria privada. Não sendo funcionários públicos, a aposentadoria desses profissionais é pequena, levando à queda inevitável do padrão de vida justamente na velhice, que deveria ser o momento de colher os frutos do trabalho. A premissa na pergunta do aluno era “progredir na vida”, e aí está a armadilha da in­­dagação. Resolvi formular a resposta, abandonando Buffett, por uma questão simples: ele busca características nas pessoas que contrata sob a perspectiva da empresa, não do empregado.

Não abandonei Buffett porque ele esteja errado. Abandonei-o porque a perspectiva dele é a do empregador. Para conseguir êxito profissional, como assalariado, como autônomo ou como empreendedor, as características de Buffett (integridade, inteligência e energia) são fundamentais. Mas, para progredir, formar reservas e garantir um bom padrão de vida no futuro, é preciso algo mais. Optei, então, por três características: inteligência, personalidade e atitude. Inteligência, que é necessária para adquirir os conhecimentos e as habilidades técnicas. Personalidade, que é o jeito de ser da pessoa; o conjunto de traços que fazem o profissional ser íntegro, racional, equilibrado, bom de relacionamento, comportamento elogiável, ou o contrário de tudo isso. Atitude, que tem a ver com ação, foco, direção, coerência, persistência e capacidade de realização. Há pessoas que, apesar de inteligentes, fracassam por defeitos de personalidade e/ou atitudes ruins. Por isso creio mesmo que o êxito profissional de­­pende muito mais da personalidade e da atitude do que propriamente da inteligência.

Quando leio nos jornais que um grande banco estatal elaborou um programa de educação financeira para os seus funcionários (os quais vivem ensinando finanças aos outros), porque constatou que parte deles gerencia mal suas finanças pessoais, concluo que o banco quer ajudá-los não porque eles sejam pouco inteligentes, pouco íntegros ou pouco dedicados. A razão é outra: as personalidades e as atitudes de tais funcionários (e, por consequência, seu comportamento e suas ações) atrapalham a gestão das finanças pessoais e os impedem de “progredir na vida”. Por isso não adianta ensiná-los a operar uma máquina financeira e calcular juros compostos. É preciso ajudá-los a fazer ajustes na personalidade e mudar certas atitudes, o que, aliás, não é nada fácil. Uma das maiores dificuldades que todos temos na vida é “fazer escolhas e tomar decisões”. Outra dificuldade é “agir”. É grande a quantidade de jo­­vens que se formam, ficam pra lá e prá cá, não se acertam e, por isso, não vão a lugar algum. É bem verdade que o mercado de trabalho e o atraso do país contribuem para deixar os jovens confusos. Mas chega uma hora em que é preciso escolher e agir. Tudo, porém, depende da inteligência, da personalidade e da atitude, marcas em função das quais construímos nosso êxito ou nosso fracasso.

Gazeta do Povo, 09/04/2010 - Curitiba PR